Como uma ode ao amor, à vida e à morte, o grito furioso de Antígona eleva-se. As suas vozes clamam pela vida após a morte, clamam pela morte como nascimento, numa tentativa de paz interior.

Há sempre alguém que te incomoda, passado algum tempo, estás bem, e alguém volta para te incomodar, por isso, “I feel like hitting someone again...”.

Gritar um Não! Exigir uma explicação, perder a razão e encontrá-la nos outros, reafirmar apaixonadamente a liberdade individual, a dignidade humana, a consciência do livre arbítrio e o compromisso pessoal.

Antígona é um grito ao amor que se torna silêncio, amor que machuca, que tortura, que não sabe em quem repousa ou onde está.

As suas presenças caminham numa cumplicidade ao longo das margens da existência, testemunhas do abismo vizinho, tornam-se vítimas dos seus vitimizadores e apagam os seus próprios limites e brincam, brincam, brincam... brincam como crianças para existir.